O Jornal O Samburá esteve a convite da
diretora Valéria Cláudia, visitando a sede da APAE de Caravelas, localizada no distrito de Ponta de Areia. A APAE – Escola de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caravelas é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo apoiar as pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
diretora Valéria Cláudia, visitando a sede da APAE de Caravelas, localizada no distrito de Ponta de Areia. A APAE – Escola de Pais e Amigos dos Excepcionais de Caravelas é uma instituição sem fins lucrativos que tem como objetivo apoiar as pessoas com deficiência intelectual e múltipla.
A APAE de Caravelas desenvolve um trabalho importante de inclusão. Na escola o foco é trabalhar no desenvolvimento das habilidades de cada aluno, e não em suas dificuldades. Isso acontece através de cursos de artesanato, pintura, brincadeiras e jogos pedagógicos. A diretora Valéria contou que assim os alunos vão convencendo a sociedade de que são capazes de desempenhar várias tarefas e conquistam respeito.
As professoras, servente e diretora são pagos com valor de 2.345.00 reais repassados pela prefeitura todo mês. Além desses a APAE conta com o serviço voluntário de duas merendeiras. Cadastrada no Ministério da Educação desde 2010 e atualmente com 38 alunos matriculados, a APAE precisa do apoio financeiro através de doações de pais e de empresas locais. O maior desafio da atual gestão, segundo Valéria, é aumentar o número de contribuições, a receita ainda é pequena são apenas 5.676.78 reais, para cobrir as despesas da escola que chega a 5.614.17 reais, fica apertado arcar com todos os custos da escola. Só o aluguel da casa é 400 reais!
A diretora Valéria também chamou a atenção para a transparência de todo o processo: “Faço questão de deixar sempre transparente para a sociedade que nosso trabalho é sério e que os alunos realmente necessitam da parceria e da colaboração de todos”. Pensando no futuro, a APAE não está medindo esforços para construir a sede definitiva da Escola em um terreno cedido pelo ex-prefeito Neovaldo David de Oliveira, na praça Saraiva, em frente a quadra de Ponta de Areia. Todas as pessoas, grupos e empresários que possam contribuir, tanto financeiramente ou com doação de alimentos ou material de limpeza devem procurar a Escola, que fica aberta de segunda a sexta feira das 8 às 12 horas.
DB- Essa é sua primeira experiência com especiais? “Eu trabalho com especiais alguns anos, mesmo antes de vir pra cá, eu já falava com deficientes auditivos, e vejo a possibilidade como diretora, de está ajudando. Na realidade isso é doação, doar e receber amor, quem doa recebe”.
DB- O tema esse da semana do excepcional é a pessoa com deficiência quebra a cultura da indiferença. O que você tem a dizer sobre esse tema? A pessoa com deficiência normalmente são escondidas, nem tanto pela família. Nós tentamos quebrar essa cultura da diferença, porque não tem nada pior pra alguém do que não ser notado em suas necessidades básicas. Então é necessário que essas pessoas sejam engajadas na sociedade com seus direitos e também sendo conhecedoras dos seus deveres. Tenha coragem de ser diferente. Eu estou tendo coragem de quebrar paradigma.
DB - Existem avanços visíveis no que diz respeito à coordenação motora ou psíquica nos alunos assistido pela Escola Sonho Real? É interessante quando nós falamos com avanço das pessoas com necessidades educacionais especiais, que é o caso dos alunos da APAE. Falamos de pequenos avanços pra maioria, mais que pra nós são avanços gigantescos. Pro exemplos, uma criança que não se alimenta sozinha e passa a se alimentar, uma criança que não consegue falar a letra A, e escrever a letra A e começa escrever. As necessidades básicas como higiene pessoal, ela aprende a higiene pessoal. Então tem uma serie de coisas, às vezes esse o aluno vem pra cá, o pai e a própria sociedade, espera que ele saia daqui um intelectual, e não é assim. Ele tem seu potencial mais precisa de tempo para o aprendizado para ser desenvolvido. Nós sozinhos somos fracos, mais juntos somos fortes na causa que abraçamos. Nós queremos que esse aluno possa se descobrir, expandir seu conhecimento, avançar e principalmente aumente ainda mais a vontade de viver.
DB - Como você se sente trabalhando com pessoas que precisando de tanto carinho e atenção? Eu tenho amor pelo que faço, amor pela as crianças e considero uma missão, ter uma parcela de culpa, uma culpa boa fazer com que a sociedades pense de maneira diferente. Eu sinto que estou contribuindo pra isso, na medida em que as pessoas se aproximam de mim acabam vestindo essa camisa também. Afinal, tudo que é feito com amor as pessoas percebem. Não tem como você fingir o tempo todo eu realmente amo e procuro na medida do possível fazer o que eu posso.
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