segunda-feira, 11 de julho de 2011

Arraias - Jamantas visitam o litoral Paulista.

Pesquisa revela pela primeira vez rota da raia-jamanta no atlântico Sul.
As raias navegam grandes distâncias pelas regiões tropicais e subtropicais do globo, mas se concentram em poucos locais.
No Atlântico Sul freqüentam o Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, um rochedo a 35 quilômetros da costa, abriga dez espécies de aves e 196 tipos de peixes.

“Na nossa região ela não é alvo de pesca, a carne não é boa, só que com a utilização cada vez maior das redes de espera, tartaruga para, golfinho para, muitos animais que não são alvos da pesca acabam parando nessa rede", explica Guilherme Kodja, coordenador do Projeto Mantas do Brasil. “É importante ter uma área dessa porque tem muitos animais para serem estudados, a raia-jamanta é só um deles", diz José Edmilson de Melo Jr., gestor do Parque Marinho da Laje de Santos.
Há cinco anos, os pesquisadores estudam as raias que aparecem na região. Já fotografaram mais de 70 o que torna a Laje de Santos o terceiro melhor lugar do mundo para se avistar as jamantas."Um pequeno aparelho serve como um minilaboratório, então ele tem uma série de sensores que vão captar informações da água, como temperatura, luminosidade, localização”, explica coordenador do Projeto Mantas do Brasil.Com um arpão, o mergulhador fixa o equipamento nas nadadeiras. Depois de 80 dias, o cilindro se solta e volta à superfície. Transmite as informações para um satélite, que repassa tudo para os pesquisadores. As informações recebidas pelo aparelho que monitora as raias, na última temporada, já trouxeram dados inéditos como por exemplo, a capacidade que a raia-jamanta tem de fazer mergulhos em grandes profundidade, elas chegam a 800 metros. O mais preocupante é que um aparelho foi encontrado em terra, na cidade de Sepetiba, no Rio de Janeiro. "É um local tradicional de lançamento de redes de espera, isso serviu pra mostrar o risco real que essa espécie tem na nossa região", afirma Guilherme Kodja, coordenador do Projeto Mantas do Brasil.
O Peixe – Diabo
A raia-jamanta é conhecida como peixe-diabo, por causa das nadadeiras que lembram chifres. Ela é um dos maiores peixes da Terra: pesa mais de duas toneladas e chega a medir oito metros de envergadura. Tem até cinco mil dentes minúsculos. A boca funciona como um aspirador gigante, que filtra água para absorver plâncton, a base da cadeia alimentar nos oceanos. "Elas são dóceis, gostam de interagir, de sentir as bolhas que a gente solta", diz Paula Romano, pesquisadora.
Na água transparente elas parecem voar. Em Moçambique, na África, os turistas pagam em média quatro mil dólares por uma semana de mergulho ao lado delas. O país tem uma das maiores concentrações de jamantas em todo o mundo e é sede de uma organização internacional que cuida da preservação da espécie. Os cientistas monitoram as áreas onde elas mais aparecem para se alimentar e acasalar.
Depois de alguns mergulhos, é hora de voltar, mas a temporada das raias só está começando. Até o final do inverno serão muitas viagens até a Laje de Santos. "Se nós conseguirmos tirar um animal da lista internacional das espécies em extinção, eu diria que eu já teria completado a missão da minha vida", declara Kodja.
"Eu espero que meus netos conheçam pessoalmente, assim como eu conheci. E a sensação de mergulhar com ela também, parece uma manta mesmo, que ela te abraça", diz Paula Romano, pesquisadora.
Pronúncia
Há duas formas corretas de pronunciar o nome deste peixe: arraias ou raias. A reportagem seguiu a segunda, usada pelos entrevistados.
Fonte: G1 

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